O BRASIL TEVE UM PRESIDENTE NEGRO MUITO ANTES DE OBAMA
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Autor/Postado por: Irmão Michael Winetzki Publicado em: 10/01/2023
O Brasil teve um Presidente negro muito antes de Obama
Nilo Peçanha nasceu em 02 de outubro de 1867 na cidade de Campo dos Goytacazes no Estado do Rio de Janeiro, filho de um casal humilde, Sebastião e Joaquina. Eram seis irmãos mulatos, quatro meninos e duas meninas que viviam pobremente em um sítio na periferia da cidade. Quando as crianças chegaram á idade escolar a família mudou-se para a cidade onde o pai se estabeleceu com padaria e Nilo fez os primeiros estudos.
Ativo nos movimentos sociais desde jovem era ridicularizado pela alta sociedade local que lhe dera o apelido de "o mestiço de Morro do Coco. Partiu então para cursar a Faculdade de Direito de São Paulo e depois a Faculdade do Recife, tendo retornado a sua cidade depois de formando.
Foi fundador do Partido Republicano Fluminense em 1888 e participou das campanhas abolicionista e republicana. Sua bem-sucedida atuação nestes movimentos logrou que fosse eleito para a Assembleia Constituinte em 1890. Em 1903 foi eleito senador e em seguida presidente do Estado do Rio de Janeiro (hoje seria governador). Em 1906 foi eleito vice-presidente de Afonso Pena com mais de 99% dos votos. Na época os votos para presidente e vice eram dados em separado.
Afonso Pena faleceu em 1909 e Peçanha assumiu a Presidência da República .de 14 de junho de 1909 a 15 de novembro de 1910. Tinha então 42 anos. Na sua gestão criou o Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria, o Serviço de Proteção aos Índios (antecessor da Funai). e as Escolas de Aprendizes e Artífices, precursoras dos atuais Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFETS) Através da Lei 12.417/2011, tornou-se o patrono da educação profissional e tecnológica no Brasil.
Na eleição presidencial de 1910 apoiou o candidato Hermes da Fonseca contra Rui Barbosa e seu candidato venceu a eleição. Retornou ao Senado em 1912 e, dois anos depois, novamente elegeu-se presidente do Estado do Rio de Janeiro. Renunciou a este cargo em 1917 para assumir o Ministério das Relações Exteriores. Em 1918 novamente elegeu-se senador pelo Estado do Rio de Janeiro.
Foi um maçom de grande expressão e Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil de junho de 1917 a setembro de 1919, quando renunciou para reencetar sua carreira política como candidato a presidência em 1921. Nesta campanha foi xingado de “mulato” algumas oportunidades e defendido por seus seguidores, os “niilistas”. Nesta eleição perdeu para Artur Bernardes e retirou-se da vida pública falecendo em 1924.
Foi casado com a senhora Ana de Castro Belisário Soares de Sousa descendente de famílias aristocráticas e ricas de Campos dos Goytacazes, neta do Visconde de Santa Rita e bisneta do Barão de Muriaé e do primeiro Barão de Santa Rita. O casamento foi um escândalo social, pois a noiva teve que fugir de casa para se casar com um pobre e mulato, embora político promissor.
As cidades de Nilópolis na baixada fluminense e Nilo Peçanha na Bahia homenageiam o irmão e político que se tornou o único presidente negro da história brasileira.