Estimo que 90% dos Maçons brasileiros não tiveram acesso ao conteúdo alegórico do giz como elemento da simbologia maçônica. Facilmente compreensível, tendo em vista que a grande maioria de nossas Lojas Maçônicas no Brasil trabalham em Rito Escocês Antigo e Aceito.
Diferentemente ocorre com os queridos Irmãos que laboram no Rito de York, que, em seus princípios mais importantes, são provocados à reflexão sobre o Giz, o Carvão e a Terra.
Como resgate histórico, este simples pedaço de carbonato de cálcio era usado pelos Maçons Operativos para marcar pontos e traçar linhas nas pedreiras e carpintarias.
Nos primórdios da Maçonaria Especulativa não haviam templos. As reuniões ocorriam em qualquer espaço devidamente a coberto das indiscrições profanas. Era preciso preparar o ambiente e caracterizá-lo com nossos elementos e alegorias. Como fazer e desfazer rapidamente mantendo o sigilo dos símbolos?
A solução era desenhar no piso tudo que remete ao propósito da sessão. Com o tempo, substituíram tal prática por Tapetes e Painéis, até chegarmos aos espaços exclusivos construídos para este fim, denominados Templos Maçônicos.
A escolha do giz como elemento de grafia se deu pelas suas qualidades: pequeno tamanho, fácil uso, boa aderência a vários tipos de piso e, principalmente, pela facilidade em apagar os desenhos com um simples pano úmido garantindo a proteção dos arcanos.
O mais interessante é que, sob o ponto de vista histórico, o simbolismo maçônico do giz não diz nada do que foi tratado acima.
NA MAÇONARIA, O GIZ REMETE À LIBERDADE.
LIBERDADE PARA TRAÇAR O NOSSO PRÓPRIO CAMINHO
Todos nós já manuseamos um giz e percebemos nele a suavidade do toque e o exato registro da pressão de sua ponta sobre a lousa.
O GIZ SOMOS NÓS.
O TOQUE É O ESPÍRITO.
O REGISTRO SÃO NOSSAS DECISÕES.
A PONTA É O MOMENTO QUE ESTAMOS VIVENDO.
A LOUSA É A NOSSA HISTÓRIA.
Da mesma forma que o giz vai se consumindo durante o uso e a cada traço deixa um pouco de si, assim também devemos agir, quando nos dedicamos integralmente ao nosso propósito. Não há o que temer sobre a extinção. O mais importante são os traços e os registros que deixamos em vida.
Atingimos quinze anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Nosso propósito fundamental é incentivar os Irmãos ao estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de atuação, um legítimo Construtor Social.
(Mas é o Carvão e a Terra citados no início do artigo? Trataremos nos próximos artigos.)
Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!