Um aqui, outro lá, como não há multidão de amigos. Há amigos na multidão...."> Um aqui, outro lá, como não há multidão de amigos. Há amigos na multidão...." /> Um aqui, outro lá, como não há multidão de amigos. Há amigos na multidão...." />
Compartilhe: |
VER MAIS ARTIGOS E REFLEXÕES DO DIA
Autor: Padre João Baptista Zecchin - Recebido pelo WhatsApp Publicado em 15/09/2022 por EDMILSON JUNQUEIRA MENDONCA Categoria: Geral + artigos deste irmão Uma Analogia entre os Ipês e os Amigos* "Não há florestas de Ipês. Há Ipês nas florestas." Um aqui, outro lá, como não há multidão de amigos. Há amigos na multidão. Raros, consistentes, mas poucos. O Ipê marca sua presença na paisagem, como o amigo marca sua presença na memória. O olhar espraia-se na distância e o amarelo esparso prende sua atenção. No espaço vasto da memória, os amigos são lembrados com nitidez, em contraste com a multidão dos conhecidos. No Ipê, a flor é frágil e passageira. O tronco é sólido e resistente. O tronco é a alma. A flor é a palavra. No amigo, mais que na palavra é na alma que se apoia o coração que busca. Mais importante que aquilo que diz é aquilo que é. 0 Ipê fala pouco. Dá o seu recado e esconde-se no silêncio, para voltar na hora oportuna. Falasse o ano todo, não seria tão expressivo, como o amigo que não é falastrão. Sua palavra é tesouro e não se desperdiça na sonoridade vazia. 0 Ipê chama a atenção, mas não se exibe. Cumprida sua tarefa, ele se perde na vegetação que o cerca. Com humildade e discrição. É assim o amigo. Presente na hora exata, não alardeia a amizade que oferece. A amizade é uma sintonia do espírito. Não é um cartaz colado na testa, nem um rótulo fixado no exterior. O Ipê nada pede. Nasce espontâneo e não fica a exigir cuidados. Como o amigo, que não é interesseiro. Porque amigo que se move em troca de favores não é amigo. O amigo nunca deve e nunca cobra. Ele apenas é. E nisso está sua característica. É generoso o Ipê. Depois que encantou a tantos com o seu colorido, devolve logo suas flores à terra, da qual as recebeu, cobrindo-a de um tapete amarelo e vivo, da mesma cor da coroa de ouro com que a natureza o enriqueceu. O amigo não se deixa vencer em generosidade. A prestatividade e a solicitude são para ele como o respirar. Brotam do seu ser com a naturalidade que nunca parece exigir esforço, sem aguardar retribuição. Entre tantas lições que nos dá o Ipê, esta, a da amizade, é das mais preciosas. Não é rico, porque não tem frutos. Consegue ser amado por aquilo que é e não por aquilo que tem... Ele vem dizer, todos os anos, que a amizade é um tesouro. Como o ouro da cor que o reveste. O mês de agosto, em que o Ipê retorna, é o mês que me lembra o melhor amigo que tive: meu pai. Que me habituou a valorizar as coisas sólidas e consistentes, perenes, com as quais se pode contar. Que a traça não corrói e a ferrugem não desgasta. Que começam na terra e passam para a eternidade. Cultive a amizade. Ela dura sempre. Os aplausos fugazes morrem e os elogios vazios desaparecem. Mas ela é forte como o tronco do Ipê! É como a vida que não desiste. É o suporte de todas as outras coisas. E dá valor a todas elas. autor: Padre João Baptista Zecchin. TRECHO DO LIVRO |
Compartilhe: |